terça-feira, 31 de agosto de 2010

Eterna Busca!

Revejo as horas.

Os ponteiros do relógio
parecem ter adormecido
em um coma profundo.

Caminho perdida, entre as folhas
brancas dos meus pensamentos
que nem eu própria consigo
entender.

Sinto que falta-me algo,
mas não sei bem o quê.

É um nada em tantas linhas,
com o significado da
existência do não
existir.

O nada é ôco como uma casca
de noz, tênue como a asa
da borboleta.

A realidade passa ao meu
lado, e eu estremeço!

Vejo-a e quase a alcanço.

E no entanto, recuo, deixando
que a alma decida.

Só ela conhece os caminhos
secretos da minha vida!

Revejo as horas nesta breve passagem,
efêmera passagem num tempo
sem tempo!

30 comentários:

Franck disse...

...'o relógio é um objeto torturante: parece algemado ao tempo. Os ponteiros dos segundos, se a gente ficar olhando eles se mexerem mecanicamente e inexoravelmente, nos deixam fanáticos'... (Clarice Lispector: 'Um sopro de vida')
..................
Linda música, nem quis mais sair da sua casa! Bj*

Anônimo disse...

Esse "passeio" tocou-me Muito mesmo.
Penso ter entendido cada palavra no compasso do relógio,no passar das horas.
Beijoo.
isa.

piedadevieira disse...

Momento reflexivo...momento do poeta dar voz à sua imaginação... momento do poeta existir. Que momentos preciosos!O tempo parece não ter fim.
Beijos

Anônimo disse...

"A realidade passa ao meu lado, e eu estremeço! Vejo-a e quase a alcanço."

Muitas vezes me sinto assim, como se vivesse ao largo da realidade, como se nada fosse real. Entretanto, é tudo realidade.
Só que não a quero pra mim...

Muito lindo seu poema.
A música é lindíssima.
Beijos.

Érica Amorim disse...

esse tempo sem limite de tempo, sempre sem rumo ... a falta de não saber do que e nem de quando.

muito lindo o texto, a verdade que qualquer um, sendo vivente, se depara algum dia.

bjo

diariodumapsi disse...

É seu?
Lindísimo!
Meu relógio tem andado mais rápido que eu, estou cansada de tentar alcançá-lo.
Gd beijo

orvalho do ceu disse...

Olá,
E assim também vou vivendo... esse tempo atemporal...
Procurando viver o melhor de mim e da melhor forma possível...
Tenha muita paz interior e abraços fraternais.

Marcia M. disse...

o tempo...ai o tempo. bjs vivi!

Rodrigo de Assis Passos disse...

pq suas palavrs não me deixam ir embora???

Daniel Savio disse...

Bonito, apesar de achar um pouco triste, mas discordo em parte, pois há pessoas que podem ter algo no próprio eu interior, mas nada de valor (então seria o "vazio cheio")...

Fique com Deus, menina Vivian.
Um abraço.

Hod disse...

Belíssima abordagem Vivian,
Movimento-me emum conceito de tempo já algumas boas décadas, e libertar-me disso, promovou outras formas de leberdade.

Boa semana com muitas bençãos.

Beijos pra ti.

Pensador disse...

Deliciosas palavras, Vivian!
Lendo-as, enquanto converso com a Loba pela net, a bebericar um copo de vinho, acho que deu para compreender bem a extensão do sentimento que você quis retratar.
Beijo!

Graça Pires disse...

Do tempo que vai passando cada vez mais rápido... Parece que nos foge a vida.
Um belo poema.
Beijos.

Me chamo Elizabete. Sou conhecida como Beth e decidi fazer este Blog para deixar arquivado aqui as pregações feitas na minha Igreja e editadas por mim. São meditações da Palavra do Senhor para a vida. disse...

Bom dia Vivian
Que lindo seu Blog e tbem a poesia.
Realmente são mtas as vezes que a realidade nos deixa trêmulas.
To te seguindo!
Bjos

Suziley disse...

Bom dia, Vivian:
Seu blog está lindo, assim como a sensibilidade do seu coração. Lindo texto. Que tenha um ótimo dia, uma ótima semana, beijos ;)

Daniel Costa disse...

Vivian

Talvez seja isso, a poesia será um tempo sem tempo. Tempo de que dispusente para bem fazer pensar, outra característica que encontro: pensar!
Beijos

Me chamo Elizabete. Sou conhecida como Beth e decidi fazer este Blog para deixar arquivado aqui as pregações feitas na minha Igreja e editadas por mim. São meditações da Palavra do Senhor para a vida. disse...

Vivian
Num tempo sem tempo venho agradecer seu retorno em meu blog.
Adorei o "menina" (rs).
Seja sempre bem vinda!
Bjim

Eu disse...

Incrível como essas palavras tocaram o meu coração...
Que o tempo passe leve em minha vida!

Um beijo muito carinhoso

Graça Pereira disse...

Não uso relógio...não porque tenha medo do tempo pois sei que...mesmo correndo, nunca o hei-de alcançar!
beijo
Graça

Amélia Ribeiro disse...

Olá Vivian,

passo para dizer-te que não saberia viver sem os meus amigos.
Para ti, que fazes parte deles, vai o meu carinho e o meu agradecimento em forma de palavras escritas no meu blog. A acompanhá-las há um presente feito especialmente para ti...
Visita o meu Estados de Alma e verás...

Um beijo.

Sandra C. disse...

Eis aqui uma bela divagação: O tempo, as horas que dormem no relógio, um nada oco tão cheio de coisas que inspirou-me a ficar e buscar mais... Mais de toda essa vida que emana dos teus sonhos, já que a realidade,de ti,por instantes escapa... Isso é bom, acredite!

Abraços no coração!

Matheus W. disse...

A horas. Meu eterno transtorno. Tortura incessante e contínua que jamais me deixa, me cerca a cada instante e me toma toda a liberdade que só poderia ter longe de tal artifício humano.

myra disse...

eu nao uso relogio...sei sempre que horas sao, e nao é muito bom,,,o tempo passa e passa sobre nosotros de uma maneira tao rapida e invisivel, surda e terrivel!
amei a tua poesia!
beijos

Anônimo disse...

Oi Viviam....

Belo demais seu poema!

Adorei isto:efêmera passagem num tempo
sem tempo!

Demais!!!!!!!!

bjos querida!!!!

Zil

Anônimo disse...

te trouxe isto - apenas a autobiografia é literatura, os romances são a casca, e, ao final, chega-se ao caroço: ou eu, ou você.
Viginia Woolf
Beijos linda.

RENATA MARIA PARREIRA CORDEIRO disse...

...então, parei para interpretar a frase acima e ...
imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis pois, você sabe, o silêncio não é dado a amenidades. Um telefone mudo.
Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim. É mil vezes preferível uma voz
que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras
que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas,
jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar:
" Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando! "
É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho.
Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.

"O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta,
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim você entende a mensagem."
Pense! Para você, Vivi!
Beijos, querida!
Boa Noite e Viva a Vida!

Mimirabolante disse...

Ao chegarmos a sua casa,somos recebidos com suas belas palavras,a riqueza de seus textos e esta magnífica música......estava com saudades de vir aqui,de presentear meu coração........Que vc tenha uma belíssima semana....com carinho especial e mts bjcas.....Monique

Mimirabolante disse...

Ao chegarmos a sua casa,somos recebidos com suas belas palavras,a riqueza de seus textos e esta magnífica música......estava com saudades de vir aqui,de presentear meu coração........Que vc tenha uma belíssima semana....com carinho especial e mts bjcas.....Monique

Unknown disse...

Boa noite Vivian,
todos nós em algum momento de nossas vidas nos sentimos assim, como a entendo!

Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas

Baila sem peso disse...

Ai, minha amiga Vivian
o tempo neste teu poema
é uma dor de sentida pena
a escrever sobre asa de borboleta
que sendo tão perfeita
sofre metamorfose...
em tempo, que tem seu tempo
sem ser de ponteiros de relógio!

Gostei sim! A busca eterna
em que a alma é silêncio em postura terna...
incerta, mas serena...

Beijinhos