sábado, 28 de fevereiro de 2009

Da Transformação


"Ricos normais podem ser roubados,
ricos de verdade, não.
Na sua alma estão coisas infinitamente preciosas
que não podem ser tiradas de você."

Oscar Wilde

...não podem ser tiradas de nós,
sabedoria e criatividade
diante do que se tem.

um exemplo:
duas xícaras de arroz cozido sobrando
no fundo de uma travessa.

jogar fora, ou transformá-lo em outro prato
permitindo assim que não se perca
um grão do cereal?

pensem...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sei-te De Cor

Sei de cor
cada traço
do teu rosto
do teu olhar.

Cada sombra
da tua voz
e cada silêncio
cada gesto
que tu faças
meu amor
sei-te de cor.

Sei cada capricho teu
e o que não dizes
ou preferes calar.
Deixa-me adivinhar
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor.

Sei por que becos te escondes.
Sei ao pormenor
o teu melhor e o pior.
Sei de ti mais do que queria
numa palavra diria
sei-te de cor
ohohohohohoho

Sei cada capricho teu
e o que não dizes
ou preferes calar.
Deixa-me adivinhar
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor.

Sei de cor
cada traço
do teu rosto
do teu olhar.
Cada sombra
da tua voz
e cada silêncio
cada gesto
que tu faças
meu amor
sei-te de cor...
Paulo Gonzo

cantem
e
encantem...rss

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Dor Do Renascimento


A águia é a ave que possui a maior
longevidade da espécie.

Chega a viver 70 anos, mas para chegar a esta idade,
aos 40 anos ela tem que tomar uma
séria e difícil decisão.

Aos 40 anos a águia já está com as unhas compridas
e flexíveis, não consegue mais agarrar as
suas presas, das quais se alimenta.

O bico alongado e pontiagudo se curva.
Apontando contra o peito, estão as asas, envelhecidas
e pesadas em função da grossura das penas,
e voar já é tão difícil.

Então, a águia só tem duas alternativas:
morrer ou enfrentar um dolorido processo
de renovação que irá durar 150 dias.

Esse processo consiste em voar para o alto de uma
montanha e se recolher em um ninho próximo
a um paredão, onde ela não necessite voar.

Então, após encontrar este lugar, a águia começa
a bater com o bico em uma parede
até conseguir arrancá-lo.

Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico,
com o qual vai depois arrancar suas unhas.

Quando as novas unhas nascem, ela começa então a
arrancar velhas penas, e só depois de cinco
meses ela sai para o famoso vôo da
renovação, para então viver
mais trinta anos.

...em nossa vida, muitas vezes, temos que nos resguardar
por algum tempo e começar um processo de renovação,
para que continuemos a voar rumo a alcançar vitórias.

Para isso devemos nos desprender de pessoas, costumes,
lembranças e coisas que nos causaram ou causam dor,
ou não servem mais.

Somente livres do peso do passado, poderemos então
desfrutar, aproveitar os resultados valiosos
que uma renovação nos trás.


...pensem



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Dos Julgamentos!

"O que Pedro diz sobre Paulo informa muito
mais sobre Pedro do que sobre Paulo."
Jung


meditem na profundidade destas palavras do
Dr Carl Jung, meu mestre, minha referência.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Exemplo da Rosa!

Uma rosa sonhava dia e noite com a companhia
das abelhas, mas nenhuma vinha pousar
em suas pétalas.
A flor, entretanto, continuava a sonhar.
Durante longas noites, imaginava um céu onde voavam
muitas abelhas, que vinham carinhosamente beijá-la.
Desta maneira, conseguia resistir até ao próximo dia,
quando tornava a se abrir com a luz do sol.
Certa noite, conhecendo a solidão da rosa,
a Lua perguntou:
- Você não está cansada de esperar?
- Talvez mas preciso continuar lutando.
- Porquê?
- Porque, se eu não me abrir, eu murcho.
Nos momentos onde a solidão parece esmagar toda
a beleza, todos os sonhos, a única maneira
de resistir é continuarmos abertos para
a intensidade da vida, porque estar só
é apenas um modo de sentir.

...meditem

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Da Efemeridade Das Coisas!

Não espere que as coisas durem para sempre;
é o que nos ensina o ano e mesmo a
hora que nos rouba um belo dia.

Horácio

...aprendamos então quão efêmeros são
os momentos bons ou ruins,
e, assim, tirarmos deles o melhor possível
para o nosso bem maior.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Deus e o Diabo

Deus, para a felicidade do homem,
inventou a fé e o amor.
O Diabo, invejoso, fez o homem
confundir fé com religião
e amor com casamento.

Machado de Assis
e foi justamente a partir daí que tudo descambou...rsssss
...pensem

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

"Contos Para Pensar" de Jorge Bukay.


"Esta é a história de um homem a quem eu definiria como um pesquisador.
Um pesquisador é alguém que busca; não necessáriamente alguém que encontra.
Tão pouco é alguém que, necessáriamente, saiba o que anda a buscar.

É simplesmente alguém para quem a vida é uma busca.

Um dia, o pesquisador sentiu que deveria ir até á cidade de Kamir.
Tinha aprendido a respeitar rigorosamente aquelas
sensações que vinham de um lugar desconhecido
de si mesmo.

Por isso deixou tudo e partiu.
Depois de dois dias de marcha pelos caminhos
empoeirados, avistou, ao longe, Kamir.

Um pouco antes de chegar à povoação, chamou-lhe
vivamente a atenção uma colina à direita
da azinhaga.

Estava atapetada de um verde maravilhoso e tinha
uma grande quantidade de árvores, pássaros
e flores encantadores.

Estava inteiramente rodeada por um pequeno muro
de madeira brilhante.

Um portalzinho de bronze convidava-o a entrar.

Sentiu logo que o povoado lhe fugia da memória
e sucumbiu à tentação de descansar por
um momento naquele lugar.

O pesquisador ultrapassou o portal e começou
a caminhar lentamente por entre as pedras brancas
que estavam dispostas ao acaso por entre as árvores.

Deixou que os seus olhos se pousassem como borboletas
em cada pormenor daquele paraíso multicolor.

Os seus olhos eram os de um pesquisador e foi talvez
por isso que descobriu aquela inscrição sobre
uma das pedras:
Abdul Tareg, viveu 8 anos, 5 meses,
duas semanas e 3 dias.

Ficou um pouco surpreendido ao dar-se conta de que
aquela pedra não era simplesmente uma pedra:
era uma lápide.
Sentiu pena ao pensar que um menino de tão
tenra idade estava enterrado naquele lugar.

Olhando á sua volta, o homem deu-se conta que
a pedra ao lado também tinha uma inscrição.
Aproximou-se para a ler.
Dizia: Yamir Kalib, viveu 5 anos,
8 meses e 3 semanas.

O pesquisador sentiu-se terrivelmente comovido.
Aquele lindo lugar era um cemitério e cada pedra
era uma campa.

Começou a ler as lápides uma por uma.
Todas tinham inscrições semelhante:
um nome e o tempo exato de vida do morto.

Mas o que o enleou de espanto foi comprovar
que aquele que tinha vivido mais tempo
mal ultrapassavaos onze anos.

Paralizado por uma dor terrível, sentou-se e
pôs-se a chorar.

O encarregado do cemitério passava
por ali e aproximou-se.

Observou-o a chorar durante algum tempo
em silêncio e perguntou-lhe logo a seguir
se chorava por algum familiar.

-Não, não é por nenhum familiar- disse o pesquisador.
- Que se passa nesta povoação?
Que coisa horrível acontece nesta cidade?
Porque é que há tantas crianças enterradas neste lugar?
Qual é a maldição horrível que pesa sobre estas pessoas,
que as obrigou a construir um cemitério de crianças?

O ancião sorriu e disse:
- O senhor pode tranquilizar-se.
Não existe uma tal maldição.
O que acontece é que temos um costume antigo.

Vou contar-lhe:

"Quando um jovem completa quinze anos,
os seus pais oferecem-lhe um livrete como este
que tenho aqui, para que o pendure ao pescoço.

É tradição entre nós que, a partir deste momento,
de cada vez que alguém desfrute de alguma coisa,
abra o livrete e anote nele:

À esquerda, o que foi desfrutado.
À direita, quanto tempo durou o prazer.

Conheceu a sua noiva e enamorou-se dela.
Quanto tempo durou essa paixão enorme
e o prazer de a conhecer?

Uma semana?
Duas?
Três semanas e meia?
E depois, a emoção do primeiro beijo.
Quanto durou?
O minuto e meio do beijo?
Dois dias?
Uma semana?

E a gestação e o nascimento do primeiro filho?
E as bodas dos amigos?
E a viagem mais desejada?
E o encontro com o irmão que
regressa de um país longinquo?

Quanto tempo durou o desfrutar
dessas situações?
Horas?
Dias?

Assim vamos anotando no livrete cada momento
que desfrutamos em intenso prazer.

Quando alguém morre, é nosso costume
abrir o seu livrete e somar o tempo em
que sentiu prazer para anotarmos
sobre a sua campa.

Porque é esse o que conta à nós
o único e verdadeiro
tempo VIVIDO.!!"

...embora para muitos seja loucura, blogar para mim é como sacerdócio, rss, e mesmo
com o meu amado "compiuter" na UTI para ser tratado de uma gravíssima virose,
eis-me aqui em máquina alheia, digamos que não tão alheia assim, porque é o PC
do meu marido que como vocês sabem, está se recuperando de um AVC,
e por enquanto nem quer saber de internet...
sendo assim, tenham paciência comigo, que loguinho
colocarei minhas visitas em dia.
adoro vocês!
beijossss

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Amor da vovó!!

Existem momentos na vida da gente, em que
as palavras perdem os sentido ou parecem
inúteis, e, por mais que a gente pense
numa forma de empregá-las
elas parecem não servir.

Então a gente não diz, apenas sente.

Sigmund Freud

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Direito e Divã

...na razão busquei o direito.
no direito busquei o cidadão.
no cidadão busquei o sujeito.
no sujeito encontrei o inconsciente.
no inconsciente perdi a razão.
meditem...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

MUITO pequeno!

"Quando um homem está envolvido em si mesmo,
ele se torna um pacote MUITO pequeno."

John Ruskin

...quantos "pacotinhos" encontramos circulando por aí, nas filas de bancos, mercados, cinemas, teatros, hospitais, no trânsito, no dia-a-dia enfim?
notem que estes "pacotinhos" aos quais me refiro, nada mais são do que pessoas egocêntricas que olham somente para sí e seu próprio umbigo, por isso se tornam pequenas.
pensem...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pérolas

Aquele que procura pérolas
deve mergulhar fundo.

John Dryden

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Discípulo!

Certa vez Hotan ouvia as preleções de um mestre.
Na estréia das palestras, a assistência foi numerosa
mas, pouco a pouco, nos dias seguintes, a sala se esvaziou;
até que, um dia, Hotan ficou só na sala com o mestre.
E este lhe disse:
- Não posso fazer uma conferência só para ti;
de mais a mais, estou cansado.
Hotan prometeu voltar no outro dia com muita gente.
Nesse dia, porém, voltou só.
Não obstante, disse ao mestre:
- Podeis fazer a conferência hoje,
porque eu trouxe numerosa companhia!
Hotan trouxera bonequinhos, que espalhara pela sala.
Disse-lhe o mestre:
- Mas são apenas bonecos!
Com efeito, respondeu-lhe Hotan.
- Mas todas as pessoas que aqui vieram não são mais
do que bonecos, pois não compreendem patavina
dos vossos ensinamentos.
Só eu lhes compreendi a profundeza e a verdade.
Mesmo que muita gente tivesse vindo, serviria
tão somente de simples platéia, decoração,
vazio sem fundo, pessoas abstraídas,
pois somente quando o discípulo está pronto,
é que o mestre aparece.

pensem...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Você é...


...os brinquedos que brincou, a primeira professora,
o primeiro dia de aula, os medos que guardou.

você é sua praia preferida, aquele amor atordoado que
viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai.

você é o que você LEMBRA!

você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito
quase no altar, a infância que você recorda, a dor de
não ter dado certo, de não ter falado na hora.

você é aquilo que foi amputado no passado,
a emoção de um trecho de livro, a cena
de rua que lhe arrancou lágrimas.

você é o que você CHORA!

você é o abraço inesperado, a força dada para
o amigo que precisa, você é o pêlo do braço
que eriça, a sensibilidade que grita,
o carinho que permuta.

você é a palavra dita para ajudar, os gritos destrancados
da garganta, os pedaços que junta, é o orgasmo,
a gargalhada, a lágrima, o beijo.

você é o que você DESNUDA!

você é a raiva de não ter alcançado,
a impotência de não conseguir
mudar.

você é o desprezo pelo o que os outros mentem,
o desapontamento com o governo,
o ódio que tudo isso dá.

você é aquele que rema, que mesmo cansado não desiste,
é a indignação com o lixo jogado do carro,
a ardência da revolta.

você é o que você SOFRE!

você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar
através da sua verdade e da sua luta.

você é os direitos que tem, os deveres que se obriga,
é a estrada por onde corre atrás, serpenteia,
atalha, busca.

você é o que você PLEITEIA!

você não é só o que come e o que veste.

você é o que você deseja, anseia,
sonha, realiza, e faz.

em tese, você é
o que NINGUÉM vê!

pense nisso...



Agradecer...sempre!

...há um beijo em cada palavra que deixo cair ao chão.
molhadas de verão, solta o amor que já não cabe na boca.

- há nesta voz algo mais do que garganta.

talvez um rio de violetas dilatadas, como um grito
de gratidão por todos vocês que caminham
comigo por aqui.

um blog não teria razão de existir sem
esta interação de amigos afins.

sem este contato diário a nos emocionar, acariciar, despertar emoções, trazendo-as à flor da pele quando sentimos o ato de doar-se com a satisfação de alegrar o outro que muitas vezes encontra-se além mar, mas dentro do nosso coração, lado a lado com nossa alma.

a estes amigos irmãos, devemos render: respeito, carinho, e AMOR, todos os dias...

Namastê!


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Nossas Viagens!

A vida tem vários caminhos que podemos trilhar.

Depois da escolha feita e da viagem iniciada,
sabemos que não nos é permitido
voltar atrás.

No máximo podemos mudar de linha e tentar escolher
um outro caminho que nos permita corrigir o nosso
rumo, mas sem conseguirmos apagar do nosso
registro (ou memória), as viagens
já efetuadas.

No entanto, podemos tentar substituí-las por
novos percursos vividos no presente,
atribuindo-lhes uma visão e força
superior, ao do passado.

Podemos voltar a passar pelos mesmos locais,
nas mesmas estações e pousadas da vida,
mas será certamente uma nova viagem
com as suas particularidades
próprias e únicas.

Isto não significa que será pior ou melhor do que
a primeira passagem, simplesmente sabemos
que vai ser obrigatoriamente diferente.

E desta viagem não podemos fugir até que
Deus nos indique a última paragem.

Como é que você tem se comportado em suas viagens?

Pense nisso...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Vou Usar Púrpura

Estou avisando

Quando envelhecer vou usar púrpura com

chapéu vermelho, que não combina
nem fica bem em mim.

Vou gastar a pensão em uísque e luvas de verão
e sandálias de cetim - e dizer que não temos
dinheiro para a manteiga.

Vou sentar na calçada quando me cansar e devorar
as ofertas do supermercado, tocar as campainhas
e passar a bengala nas grades das praças
e compensar toda a sobriedade da
minha juventude.

Vou andar na chuva de chinelos, apanhar flores
no jardim dos outros e aprender a cuspir.

A gente pode usar camisas horríveis e engordar,
comer um quilo de salsichas de uma vez
ou só pão com picles a semana inteira
e juntar canetas e lápis e bolachas de
cerveja e coisas em caixinhas.

Mas agora temos que usar roupas que nos
deixem secos, pagar aluguel, não dizer
palavrão na rua e ser bom exemplo
para as crianças.

Temos de ler o jornal e convidar
amigos para jantar.

Mas quem sabe eu devia treinar um pouco agora?
Assim os outros não vão ficar chocados demais
quando de repente eu for velha e usar
vestido púrpura.

Jenny Joseph em
Quando envelhecer vou usar púrpura,
tradução de Lya Luft

...este texto vem bem a calhar a todos nós escravos da sociedade...uma sociedade hipócrita, cheia de preconceitos inúteis onde tudo não pode, tudo é brega, tudo é pecado, tudo escandaliza, e nós entramos no mote, na dança da hipocrisia, deixando muitas vezes de sermos nós mesmos, em favor do pensamento coletivo, e quando nos damos conta, fomos manipulados, guiados e sem direitos a vontade própria, ou seja, deixamos de ser quem somos para nos transformarmos naquilo que a sociedade quer, e assim, deixamos de VIVER!
triste isso, não!?

Meus Cacos

...há exatamente 18 meses tive a minha vida
transformada em pequenos cacos.
mas nem por isso deixo de juntá-los dando-lhe
uma forma agradável aos olhos e aos
sentidos de quem os vê!
cada caquinho alí recolocado, vem com a certeza
de que para tudo há um propósito de Deus!
e eu dou glórias a Ele por isso!!!

...estes cacos aos quais me refiro, é resultado do incidente que vitimou meu marido com um AVC gravíssimo e do qual ainda ele se encontra acamado, portanto dependente dos meus cuidados, apesar da grande melhora que estamos presenciando no dia a dia em seu estado físico, e das quais eu pretendo falar num futuro post.

...você alguma vez já se sentiu em cacos?

pense...


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Viagem

Há alguns dias li uma frase de Jean Paul Sartre.

Ele diz que a vida é como uma criança que
adormeceu em um trem e é acordada pelo
cobrador que deseja checar a passagem,
mas a criança não tem passagem e
não tem dinheiro para pagá-la.

A criança também não está sabendo para
onde está indo, qual é o seu destino
e por que ela está no trem.

E, por último, mas não menos importante,
a criança não pode descobrir, porque em
primeiro lugar nunca decidiu
estar no trem.

Por que ela está lá?

Essa situação está se tornando cada vez mais
comum para a mente moderna, porque
de algum modo estamos desenraizados
e está faltando o sentido.

Você simplesmente pergunta:
"Por quê?
Para onde estou indo?"
Você não sabe para onde está indo e
não sabe o motivo de estar no trem.

Você não tem passagem e não tem dinheiro
para pagá-la e, ainda assim, não pode
sair do trem.

Tudo parece ser caótico, enlouquecedor.

Isso acontece porque as raízes
no amor foram perdidas.

As pessoas estão vivendo vidas sem amor,
seguindo em frente de qualquer jeito.

O que fazer?

Sei que todos um dia se sentem como
uma criança em um trem.

Mesmo assim, a vida não será um fracasso, porque
nesse enorme trem há milhões de pessoas
profundamente adormecidas, mas
sempre há alguém que
está desperto.

A criança pode procurar e encontrar alguém que
não esteja dormindo e roncando, alguém
que entrou conscientemente no trem,
alguém que sabe para onde o trem
está indo.

Estando nas proximidades dessa pessoa,
a criança também aprenderá os meios
para ficar mais consciente.

Osho

...graças à Deus, neste 'trem', em que a maioria dorme profundamente, tive a sorte de encontrar alguns passageiros despertos, conscientes, e portanto sabedores do destino
que querem tomar, em quais estações pretendem desembarcar, e são eles nossos
guias neste mundo de sonâmbulos.


e você, viaja como neste trem?

pense...





terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Jardim das Ilusões

Lírio acordou decidido a fazer um agrado para
a namorada naquela manhã de primavera.

Medíocre que era, dirigiu-se à floricultura mais
próxima para enviar para Hortência um
buquê e um bilhete de amor.

Observou a vitrine e optou por um arranjo de
orquídeas com pétalas violetas.

Contou os dinheiros do bolso e adentrou a loja,
pensando em transformar seu namoro
marasmo em um mar de rosas.

Posso ajudar?

A voz que perfumava seus ouvidos era de uma atendente
de sorriso aberto e pele alva como um copo de leite.

Ela carregava o nome de Margarida pendurado
na blusa sobre o seio esquerdo e postava-se
para ajudar Lírio a comprar o
presente de sua namorada.

Acontece que Margarida era infinitamente
mais bela que Hortência.

Aliás, ela era mais bonita que todas as
flores daquele lugar.

E assim Hortência ficou sem seu buquê,
sem suas orquídeas e sem seu Lírio.

...deste pequenino conto, tiramos a seguinte lição:

"como eternos insatisfeitos, dificilmente estamos centrados
em nossos objetivos finais sejam eles quais forem,
deixando-os desvanecer frente à primeira
ilusão de encantamento."

por isso estes desencontros sem fim...


...pensem









segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Prisão de Cada Um


O psiquiatra Paulo Rebelato, em entrevista para a revista
gaúcha Red 32, disse que o máximo de liberdade que
o ser humano pode aspirar é escolher a prisão
na qual quer viver.

Pode-se aceitar esta verdade com pessimismo
ou otimismo, mas é impossível refutá-la.

A liberdade é uma abstração.

Liberdade não é uma calça velha, azul e desbotada,
e sim, nudez total, nenhum comportamento
para vestir.

No entanto, a sociedade não nos deixa sair à rua sem
um crachá de identificação pendurado no pescoço.

Diga-me qual é a sua tribo e eu lhe direi
qual é a sua clausura.

São cativeiros bem mais agradáveis do que Carandiru:
podemos pegar sol, ler livros, receber amigos,
comer bons pratos, ouvir música, ou seja,
uma cadeia à moda Luis Estevão, só
que temos que advogar em causa
própria e habeas corpus,
nem pensar.

O casamento pode ser uma prisão.

E a maternidade, a pena máxima.

Um emprego que rende um gordo salário trancafia você,
o impede de chutar o balde e arriscar novos vôos.

O mesmo se pode dizer de um cargo de chefia.

Tudo que lhe dá segurança ao mesmo
tempo lhe escraviza.

Viver sem laços igualmente pode nos reter.

Uma vida mundana, sem dependentes
pra sustentar, o céu como limite:
prisão também.

Você se condena a passar o resto da vida sem experimentar
a delícia de uma vida amorosa estável, o conforto
de um endereço certo e a imortalidade
alcançada através de um filho.

Se nem a estabilidade e a instabilidade nos tornam
livres, aceitemos que poder escolher a própria
prisão já é, em si, uma vitória.

Nós é que decidimos quando seremos capturados
e para onde seremos levados.

É uma opção consciente.

Não nos obrigaram a nada, não nos trancafiaram num
sanatório ou num presídio real, entre quatro paredes.

Nosso crime é estar vivo e nossa sentença é branda,
visto que outros, ao cometerem o mesmo crime
que nós - nascer, foram trancafiados em
lugares chamados analfabetismo,
miséria, exclusão.

Brindemos: temos todos cela especial.

...dá pra discordar?
meditem...





Auto-Retrato

Bahaudin el Shah, grande mestre dos dervixes
Naqshband, um dia se encontrou com um
“colega” na grande praça
de Bokhara.
O recém-chegado era um Kalendar errante,
dos Malamati, os “Dignos de Culpa”.
Bahaudin estava rodeado de discípulos.
- De onde vens? - perguntou ao viajante com a frase sufi usual.
- Não tenho idéia - disse o outro, sorrindo tontamente.
Alguns dos discípulos de Bahaudin murmuraram
sua desaprovação pela falta de respeito.
- Aonde vais? - persistiu Bahaudin.
- Não sei - gritou o dervixe.
- O que é bom?
(Já então uma grande multidão se havia reunido).
- Não sei.
- O que é mal?
- Não tenho idéia.
- O que é correto?
- Aquilo que é bom para mim.
- O que é incorreto?
- O que seja incorreto para mim.
A multidão irritada perdeu a paciência pela
impertinência do dervixe
e o escorraçaram dali.
Ele se distanciou, intencionalmente, a grandes
passos, numa direção que parecia não
levar-lhe a nenhum lugar.
- Tolos! - disse Bahaudin Naqshband.
- Este homem estava representando
o papel da HUMANIDADE!
Enquanto vocês o estavam detestando, ele,
deliberadamente, os estava demonstrando
sua falta de propósito real, como cada
um de vocês faz, sem dar-se conta,
cada dia de sua vida.
Do livro "Sabedoria dos Idiotas"
Idries Shah

...este não é realmente, o nosso 'retrato'?

não vivemos ao sabor da vida, na maioria das vezes?

com quê frequência somos sérios conosco mesmos, sendo determinados em nossos empreendimentos?

até onde, movidos pelo acomodamento, nos deixamos levar pela maré?

pensem...


domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pensar

"O homem que não tem vida interior
é escravo de seus arredores."

Henri Frederic Amiel



meditem nestas palavras...