
Os ponteiros do relógio
parecem ter adormecido
em um coma profundo.
Caminho perdida, entre as folhas
brancas dos meus pensamentos
que nem eu própria consigo
entender.
Sinto que falta-me algo,
mas não sei bem o quê.
É um nada em tantas linhas,
com o significado da
existência do não
existir.
O nada é ôco como uma casca
de noz, tênue como a asa
da borboleta.
A realidade passa ao meu
lado, e eu estremeço!
Vejo-a e quase a alcanço.
E no entanto, recuo, deixando
que a alma decida.
Só ela conhece os caminhos
secretos da minha vida!
Revejo as horas nesta breve passagem,
efêmera passagem num tempo
sem tempo!